Livro: O que é Educação 1º

Há mais ou menos um ano atrás eu li o livro O que é Educação de Carlos Rodrigues Brandão, um livrinho bem pequenininho, dá pra ler em algumas horas, porém, um livrinho bastante consistente e recomendo. Trancreverei aqui e em outras postagens posteriores trechos deste livrinho.

Vamos lá:

* "Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende. "
José Guimarães Rosa.

* " Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações."

Muitas vezes nos confinamos em nossas redomas e achamos que educação é só a que um dia recebemos, aquela que me deu algum certificado, aquela que me fez uma pessoa bem comportada nos padrões da sociedade em que vivemos e simplesmente descartamos ou rejeitamos a educação que existe fora dos padrões que nos foram impostos, agora citarei um trecho do livro que faz referência a isso que acabei de comentar, lá vai:


Há muitos anos no Estaod Unidos, Virgínia e MaryLand assinaram um tratado de paz com os indios das Seis Nações. Ora, como promessas e os simbolos da educação sempre foram muito adequados a momentos solenes como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas aos índios para que enviassem alguns de seus às escolas dos brancos. Ora os chefes responderam agradecendo e recusando. A carta acabou conhecida...

* "...Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração.
Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações tem concepções diferentes das coisas e, assim sendo, os senhores não ficarão ofendidos que a vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa.
Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da florestas e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa lingua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como gurreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens."


É de fundamental importância para compreendermos a educação que entedamos que cultura e educação não são coisas padronizadas ou fechadas e é claro que não estou falando da escola, mas da educação que embora seja menor que o homem, pois foi criada por ele, vai muito além e ultrapassa os limites de qualquer escola formal.

Por agora é só isso...

Amâncio Leandro C. Pimentel
Caririaçu/CE, 26/10/2008. Às 9:24h

Um comentário:

Meu registro de leituras e pensamentos disse...

Meu caro Amancio
Achei de uma sabedoria incrível a resposta dada pelo indígena, a educação dar-se-a diretamente à realidade e a cultura de um povo e não deve ser imposta e guiada por pressupostos influenciados pela realidade de um outro povo.